“A indústria do livro não pode repetir o erro da indústria fonográfica”, disse o jornalista e escritor Laurentino Gomes, autor do best-seller 1808, em entrevista ao caderno virtual Link, do Estadão.
O pensamento do autor em relação aos e-books é compartilhado pelo campeão de venda de livros do Brasil, Paulo Coelho, que enxerga o livre compartilhamento de conteúdo pela internet como uma forma de divulgação das obras. Na opinião do escritor, a internet é uma ferramenta de democratização da literatura, pois permite que o público tenha acesso a muitos trabalhos que normalmente ficariam em gavetas.
Com esse posicionamento, Paulo Coelho criou o blog Pirate Coelho, onde disponibiliza todas as traduções que encontra na internet para as suas obras, facilitando o trabalho de piratear seus livros.
Infelizmente, esse ponto de vista inovador não é compartilhado pela maioria dos editores brasileiros. “O grande ponto negativo da internet, no que diz respeito aos livros, é a possibilidade de que pessoas utilizem a rede para praticar a pirataria, violando direitos autorais e desestimulando a criação intelectual e artística”, acredita o diretor-geral da editora Objetiva, Roberto Feith.
Desestimular a criatividade intelectual? Acho que não. Pela experiência que tenho navegando na rede, observo que quanto mais os meios de divulgação se expandem, mais artistas surgem expondo seus trabalhos. Sejam eles músicos, em sites como MySpace, Purevolume e TramaVirtual, sejam desenhistas, designers ou fotógrafos, no Flickr ou DeviantArt, ou sejam eles escritores, disponibilizando suas obras em sites de e-books, blogs e até mesmo no Orkut.
Nunca houve tanta opção de conteúdo para quem está cansado do cardápio oferecido pelos grandes conglomerados de mídia, e, no fundo, esse é o verdadeiro problema que aflige a indústria do entretenimento: eles estão perdendo o poder de decidir o que o público vai querer.
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